O que passou? Apenas o tempo, mas as condições de vida para a etnia negra e afrodescendente pouco ou quase nada mudaram na vida da maioria desta população!
O que ficou? Uma grande repetição exploradora e muitas lições a serem aprendidas por toda a nação!
O que se realizou? Nem todos os sonhos desejados se realizaram, contudo a esperança e a bravura nunca perderam o seu espaço na luta intensa dos anônimos/as da população negra desta terra!
O que se aprendeu? Nunca houve qualquer concessão, só após as lutas houve conquistas e que na comunidade não se perde a identidade!
O que este povo nunca esqueceu? O valor da experiência coletiva e comunitária, pois sempre que se individualizou sofreu o mau agouro da solidão e da exploração e que a consciência não é mágica, mas que deve ser ensinada e aprendida a cada dia do nascer ao por do sol!
O que se viu? Tristes histórias que se sucedeu em diferentes lugares do país, mas também o heroísmo anônimo que quebraram correntes e prisões incomensuráveis!
Quem ficou? Heróis pouco conhecidos, mas com a bravura de serem tão importantes que nem o silêncio, nem a omissão arquitetada durante séculos conseguiram extingui-los! Valeu Zumbi!
Onde ficou? Nas ruas calçadas das cidades coloniais, nas construções de paredes largas de dezenas de cidades históricas em todo este país, na força do trabalho negado, na riqueza que foi apropriada nas mãos da elite, na ausência política, sócio-econômica e educacional que hoje clama por justiça e dignidade!
Qual ritmo dançou? Dançou a musicalidade de todos os sons, pois a arte do movimento, da ginga, do passo e do compasso, da harmonia sempre foi ouvida com sensibilidade desde a época dos primeiros e mais sábios ancestrais da África e o contato com a madeira, com o couro, com os metais é musical!
Que alimentos comeu? Não só comeu, como também ensinou a comer a força das plantas, das raízes, das folhas, das carnes, dos cozidos e assados que a natureza graciosamente oferece!
Que fé cultuou? A força do AXÉ! Que conta a história sensível e profunda de como que a espiritualidade perpassa a todas as coisas das mais simples às mais complexas e que a relação entre cada ser vivo e o coletivo é belo e precisa ser respeitada, nos seus ciclos e manifestações!
Por que 120 anos em doze perguntas? Porque a matemática é simples, precisa e pode ser sempre multiplicada por 10 (dez), representando assim cada questão a proporção de uma década, mas que inspira o desejo de um novo movimento onde não se necessite esperar outros 120 anos para que tenhamos mais vida, mais igualdade sócio-econômica, mais respeito, mais escolaridade, mais cidadania. Queremos um tempo breve para que todos vivam como gente!
Professor Uene José Gomes- CEAB/UCG
segunda-feira, 19 de maio de 2008
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