sábado, 2 de fevereiro de 2008

Eu quero ser o primeiro a salvar Yemanjá


A Festa de Yemanjá é, sem sombra dúvidas, uma das mais vigorosas manifestações populares de devoção. É um cortejo cuja beleza transcende o aspecto material e avança para uma atmosfera para-além do surreal. Ali, se reúnem mais que homens e mulheres... trata-se de uma coletivo de desejos comuns, de uma união de esperas desesperadas, de uma comunhão que suprime de casa um a própria condição de humanidade, para remetê-los, também,a condição de seres sobrenaturais.

Somente quem vivencia todos os aspectos da Festa, não apenas sua consumação em mar aberto, mas os preparos todos, as alegorias, as dores que se desdobram em atos de devoção cega, os mudos silêncios de contrição, as alegrias multiplicadas nos risos de satisfação plena.. somente quem enxerga além do humano poderá estabeçecer um juízo do real significado da festa.

A cor de Yemanjá – É costume indaar-se sobre a condição racial de Yemanjá. Ora, santa de cultura eminentemente afro assume feições européias num Estado majoritariamente afro. A transformação é resultado das investidas dos portugueses contra os negros africanos e seus cultos. Proibidos de cultuar seus próprios deuses, inteligentemente criaram um modelo de devoção que é hoje sinônimo de Bahia: o sicretismo religioso. Enquanto devotavam orações aos deuses negros fingiam terem se adaptado à religião cristã.

Nesse sincretismo, Yemanjá é associada a uma Divindade Católica, Nossa Senhora da Conceição. Desta forma, evitavam castigos e mantinham o culto aos seus deuses: oxossi, ogum, iemanjá, etc. Assim a imagem da deusa iemanjá (ritual africano). Na realidade, a Yemanjá do Candomblé é negra.

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