terça-feira, 22 de janeiro de 2008

força da cultura Zulu: Kholwa Brothers apresenta espetáculo em Sampa

O grupo de dança e canto a capela da África do Sul, Kholwa Brothers, responsável pela trilha sonora de Milágrimas, faz dois shows no SESC Vila Mariana, para mostrar a força da mais pura cultura do povo zulu.

Os Kholwa Brothers, grupo vocal sul-africano que em 2005 participou da trilha sonora do espetáculo Milágrimas dirigido por Ivaldo Bertazzo, estão de volta aos palcos da cidade de São Paulo nos dias 25 de janeiro no Parque da Independência, no Museu do Ipiranga, e dia 30 de janeiro no teatro do SESC Vila Mariana. Dessa vez, o grupo se apresenta somente com o que tem de mais forte: o canto a capella, sem a participação de nenhum outro instrumentista brasileiro.

O grupo de canto e dança tradicional de coro a capella, os Kholwa Brothers, formado em Durban em 1990 (inicialmente com nove membros sob a liderança de Derrick Mlambo) se apresentará com quatro integrantes das vozes soprano, alto, tenor e baixo, cantando as músicas tradicionais de sua terra, a província Kwazulu Natal, no norte da África do Sul, sem qualquer acompanhamento instrumental além da percussão produzida no próprio corpo.

Com Mandela - A palavra Kholwa, em Zulu, significa “um crente”. Os Kholwa Brothers já participaram do SomkeFestival, o primeiro encontro do presidente Nelson Mandela e a população após sua libertação da prisão. O grupo também já participou de diversos festivais internacionais como os Splashy Fen Festival, Standard Bank Jazz Festival, Festival Africano Renaissance, United Nations Conferência Mundial Contra o Racismo, o Festival Internacional de Escritores e Compositores, além do BRAVO - CHINA - ÁFRICA DO SUL.

No Projeto internacional chamado The Lion Collection, a convite do deputado Rob Sayer, compuseram uma canção para as crianças do mundo chamada “Shananana”.
Em 2005, sob a direção musical de Benjamim Taubkin e Arthur Nestrovski, participaram da trilha sonora do Milágrimas.

Origem e tradição: Os Kholwa Brothers, fiéis à origem do nome do grupo, acreditam na força expressiva da música e da dança tradicional. Para o povo Zulu, música e dança são formas de celebrar ou maneiras de mostrar felicidade quando a pessoas estão juntas. Segundo o líder Derrick Mlambo, o grupo pretende com a sua performance restaurar a paz, a humanidade e a união entre as pessoas do continente africano e do mundo.

A arte do grupo é representada pela música tradicional INGOMA, com doze gêneros diferentes. E tradicional aqui deve ser entendido como o modo de vida encontrado no passado na tribo Zulu da África do Sul, revelado por meio dos sentimentos, da alma, do sangue, e repaginados e recriado pela cultura urbana.

Gênero musical: A Isicathamiya é o gênero musical mais desenvolvido pelos Kholwa Brothers. Ele surgiu entre os homens de Kwazulu Natal que foram trabalhar na minas de ouro em Johanesburgo ainda no tempo do apartheid. A experiência exigiu um afastamento da família e para abrandar o sentimento da saudade, reinventaram os cantos e danças dos guerreiros zulus de forma a não incomodar os mineiros que preferiam descansar após a longa jornada de trabalho.
Substituíram então as vigorosas percussões corporais por gestos suaves como os movimentos de um gato. Os tons altos – antes reservados às mulheres - foram substituídos pela vozes masculinas. Essas novas experiências foram levadas de volta para a gente de Kwazulu Natal e conquistaram a África do Sul.

A delicadeza e sutileza, que serviram como forma de resistência e afirmação de uma nova identidade, brindarão os 454 anos da cidade de São Paulo com o espetáculo música e dança dos Kholwa Brothers.

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